O que irei relatar agora é a minha participação na Bienal do Livro de
Minas. Lembrando que não fui lá para fazer cobertura dos acontecimentos, mas
para curtir. Graças a isso, visitei apenas os estandes que mais me interessaram.
Dia dezenove
Bom minha primeira participação na Bienal do Livro aconteceu no dia 19
(Sábado). Logo na chegada encontrei algo que me deixou um pouco triste. Uma
lixeira localizada bem na entrada do Expominas havia sido incendiada e um
guarda estava apagando as chamas com um extintor. Não sei o que ocasionou o
princípio de incêndio, mas poxa gente. Pra quê depredar um local feito para
visitações? Qual a graça nisso?
Entrada do Expominas. |
Entrada da Bienal. |
O local estava com público mediano. Queria muito ter visto a Thalita
Rebouças, mas cheguei meia hora depois da participação dela se iniciar no
Território Jovem. Além do mais, as senhas eram distribuídas uma hora antes.
Deveria ter chegado mais cedo para vê-la, mas infelizmente dessa vez não deu.
Quem sabe da próxima dê?
A princípio caminhei pelo local para localizar os estandes que me
interessavam com o auxílio da planta da Bienal que imprimi em casa. Na parte
reservada para a Bienal em Quadrinhos, um artista fazia desenhos em um painel.
Mais tarde quando rodei pelo mesmo lugar, estava havendo uma espécie de
palestra com um profissional dos quadrinhos relatando sua experiência
profissional, mas não fiquei muito (estava mesmo apenas de passagem pelo
lugar). A palestra estava ocorrendo no corredor aberto, sem ter uma banca que
delimitasse o espaço entre os estandes. Estava tão cheio que foi difícil
simplesmente passar.
Artista montando o mural da Bienal em Quadrinhos. |
Como um bom explorador, logo comecei a consumir. Comprei alguns livros
no estande da Boa Viagem Distribuidora, logo após comprei no estande da Clássica
Distribuidora de livros e ganhei um cupom que dava o direito a uma caricatura
de graça. Caminhando pelo local, conferi um pouco de outras atrações. Um fato
interessante que vale ressaltar foi a consciência ambiental e sustentabilidade dos
estandes. Os livros que eram comprados eram colocados em sacolas de papelão
muito bem feitas.
Também passei no estande da Comix Book Shop e comprei alguns mangás. Não
pude deixar de notar o grande número de títulos em mangás. Há pouco mais de dez
anos atrás não havia tantos títulos assim sendo publicados por aqui. Havia
também uma grande variedade em títulos de HQ’s. A impressão que tive a primeira
vista era que havia muito mais mangás do que HQ’s. Enquanto caminhava para o
caixa cheguei a dizer que os mangás estavam dominando, mas o atendente me
corrigiu no mesmo instante me contando que havia muito mais títulos em HQ’s do
que mangás. Eram em torno de uns duzentos títulos em HQ’s para uns vinte em
mangás (Se bem me recordo do que o rapaz me contou). A impressão de ter mais
mangás era o fato de os HQ’s ocuparem um espaço maior nas prateleiras. O
tamanho de dois mangás equivale a uma HQ aproximadamente.
Estande da Comix Book Shop. |
Mangás para ninguém colocar defeitos. |
Ponto de transição entre os Mangás e as HQ's |
Na parte das H'Qs, revistas clássicas já velhas conhecidas por todos. |
Ainda na parte das HQ's, títulos baseados em séries de TV e Games. |
Em outra estande havia os Menores Livros do Mundo. Onde livros de
tamanho MUITO pequeno eram vendidos. Também estavam à mostra alguns tipos de
estantes e armários onde podem ser guardados esses “mini” livros. Acreditem,
haviam histórias impressas em tamanho de fonte bastante pequeno nas páginas.
Os Menores Livros do Mundo... |
E as estantes para guarda-los |
Notem como são bem feitas e bem detalhadas. |
O estande destinado aos autores independentes era pequeno em vista das
demais. O entusiasmo desses autores de idades variadas foi o que me chamou
atenção. Apesar de não estar expondo meu livro como eles faziam me identifiquei
simplesmente por conhecer bem os obstáculos enfrentados.
Também havia um estande que eu pessoalmente achei não ter nada haver com
Literatura. No estande pertencente à Rede Globo Minas foi montado um cenário
com uma cadeira de paraquedismo presa ao teto e um fundo de Chroma Key, (aquele
famoso fundo geralmente verde onde é colocado algum efeito). Alguma criança se
sentava na cadeira e uma câmera capturava sua imagem que era jogada para um
telão do outro lado da sala e as pessoas ficavam feito bobas vendo uma imagem
falsa da criança que parecia estar dando um passeio no ar com seu paraquedas.
Ainda por cima havia o simbolinho da Globo no canto inferior direito do telão
como se a emissora estivesse fazendo a “cobertura do salto”.
Qual é Globo? O que isso tem haver com Literatura? Tudo isso é apenas para atrair visitantes? Como diria um dos colunistas do Yahoo. Pode isso Globo? |
Quando o artista responsável em fazer as caricaturas chegou a estande da
Clássica Distribuidora de Livros, rapidamente se juntou um número considerável
de pessoas e logo o lugar ficou MUITO cheio. Demorou um pouco até chegar a
minha vez, mas tive paciência. Foi uma experiência bem legal. O artista
responsável pelas caricaturas mandou muito bem e a cada vez que uma pessoa saia
com sua caricatura em mãos, todos do lado de fora ficavam admirados e contentes
pela pessoa.
Alguns amigos disseram que a minha caricatura não ficou parecida, mas eu
pessoalmente gostei simplesmente pelo fato de ter recebido uma caricatura feita
por outra pessoa. Nunca encontrei alguém que fizesse uma caricatura minha.
Normalmente sou eu quem desenha os outros. Mais tarde naquele mesmo dia descobri
por intermédio da Internet (e do cartão de visitas que pedi ao rapaz), outros
trabalhos do artista. Seu nome é Wiliam Pereira, mas todos o conhecem por
Wiliamp. Caricaturista e ilustrador da revista Rock Brigade brasileira, ele faz
caricaturas de astros do Rock e as entrega para os próprios caricaturados. Para
quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho do moço é só acessar: www.wiliampblog.blogspot.com
O cartão de visitas que pedi para o Wiliamp. |
A caricatura... |
E a minha foto para que vocês façam a comparação. Obs: tirei essa foto em casa. |
Após fazer minha caricatura tive
que ir embora porque estava tarde e a minha acompanhante tinha outros
compromissos. Na hora que fui embora, o local parecia estar mais cheio com
filas na entrada e tudo. Meus planos eram voltar no Sábado seguinte e poder ver
de perto o meu autor favorito, Pedro Bandeira. Não queria marcar a mesma
bobeira que marquei e me fez perder a Thalita Rebouças.
Fim da minha primeira participação no evento. Hora de ir para a casa. |
A entrada. Apesar de estar datada com o dia vinte e sete, fui no dia dezenove. |
Dia vinte e Seis
Ter ido no dia 19 fez bem para que minha ansiedade não me dominasse. E
se eu não tivesse ido naquele Sábado estaria PAL DA VIDA agora por não ter
participado da Bienal desse ano, mesmo tendo feito muito pouco. Também planejei
tirar mais fotos e adquirir outros produtos no dia 26.
Já na sexta-feira dia 25, eu estava todo animado para participar da
Bienal no dia seguinte. Só que bem no iniciozinho da noite uma pancada de chuva
surgiu de forma repentina. Minha mãe ainda me perguntou se a Bienal era coberta
e eu a disse: - Não se preocupe não. Lá é coberto. A estrutura do Expominas é
bem feita e preparada para isso.
Mal sabia eu que estava enganado. Levantei cedo no Sábado, me arrumei
todo e preparei tudo o que iria levar para a Bienal. Ao chegar ao local me
deparei com um carro de bombeiros parado próximo a entrada. Pensei que alguém
estava se sentindo mal ou que aquele número de pessoas era devido a possível
chegada de Pedro Bandeira. Um homem filmava com uma daquelas câmeras
profissionais tanto as pessoas que chegavam (acredito que tenha me filmado e
que algum telejornal deve ter passado as imagens), quanto às pessoas aguardando
na porta.
A coisa parecia ser séria. Descobrir que o prédio havia sido interditado
devido à chuva do dia anterior. Um segurança barrava a entrada e as pessoas não
sabiam direito o que estava ocorrendo. A única coisa que parecia ser certa era
o cancelamento do evento naquele dia. – Mas poxa, logo no dia em que Pedro
Bandeira iria participar? – pensei comigo mesmo.
As pessoas foram ficando inquietas. Uns filmavam ou tiravam fotos com o
Celular. Outros se perguntavam sobre o que ocorreria com o dinheiro investido
tanto nas entradas antecipadas quanto no estacionamento. Outros ainda falavam
ao celular e ameaçavam chamar a imprensa. O que mais me revoltou diante aquela
cena toda foi ver crianças chorando querendo entrar e curtir a Bienal. A
educação do país já sofre descaso por motivos variados e são poucas as crianças
que se interessem por leitura e cultura. É triste ver crianças interessadas em
algo produtivo se frustrar por uma falha dos adultos.
O tumulto não foi tão grande porque as pessoas que estavam ali (pelo
menos até o momento em que eu estava presente) se mantiveram civilizadas. Até
que um representante veio comunicar que as atividades estavam encerradas por
aqueles dias e que toda e qualquer informação seria passada pelo Site oficial
da Bienal. Alguns expositores presentes pediram para adentrar ao local para
retirar seus pertences e eu não vi outra alternativa a não ser desistir. Apesar
da revolta e decepção, tentei levar tudo no bom humor. Encontrei no ponto de
ônibus outras pessoas também achando um absurdo o acontecimento. A saída foi
procurar por outra forma de entretenimento naquele fatídico Sábado.
É Pedro, parece que não foi dessa vez que pude te ver de perto. Quem sabe um dia a gente não se topa por aí? |
O estado dificilmente recebe uma feira Literária tão importante quanto a
Bienal do Livro e quando ocorre termina em um papelão desses. Para se ter uma
ideia, enquanto em são Paulo já vai para a vigésima segunda edição do evento,
aqui em Minas esse foi apenas o terceiro. Tá bom era o penúltimo dia de evento,
mas espera aí, foram planejados dez dias de atrações. Muitos irão me chamar de
injusto, mas pensem um pouco. Não foi apenas um fenômeno da Natureza que acabou
com a Bienal. Teve falha humana envolvida no meio. No ano passado ocorreu uma
reforma no teto que não foi concluída e ficou mal feita. O erro maior foi de
quem?
O grande erro foi o fato da pessoa responsável pelo Expominas não ter
feito a revisão adequada antes de ocorrer o evento. Não importa se o problema
ocorreu com a Bienal do livro ou se ocorreria com a Expo cachaça. O importante
seria ter dado importância para o fato, pois nas feiras realizadas no local
circulam pessoas. Ainda bem que não aconteceu nada de grave com ninguém.
Imagine se alguém tivesse se ferido gravemente, quais seriam as consequências?
Depois o governo faz questão de fazer propaganda colocando o Expominas como uma
construção feita para promover a cultura mineira na intenção de inserir o
estado no circuito cultural.
Fiquei sabendo que o problema ocorrido foi nas placas do forro do teto
do Expominas que se soltaram. Alguns expositores passaram aperto no momento do
temporal da Sexta. Outro fato que incomodou ao ser pensado foi o seguinte. Se
fosse um evento medíocre do tipo Copa do Mundo, em que ninguém cresce em nada
(pelo contrário, são os jogadores que ganham e lucram nas costas de seus escravos,
ops, torcedores.), a estrutura do local seria revisada semanalmente, o chão
seria coberto com tapetes vermelhos e os tetos seriam banhados de ouro.
Mas já que a Bienal é um evento que ajuda as pessoas a adquirirem mais
conhecimento, cultura e crescimento intelectual não recebe o merecido respeito.
Na noite de Sábado recebi a confirmação do que já imaginava. A Bienal foi
cancelada e agora é só torcer para ocorrer o evento novamente em 2014. Obs: Ano
em que o Brasil irá sediar a Copa do Mundo.
Apesar do agradecimento exposto na janela inicial do Site da Bienal, me
senti profundamente triste. O próprio site não reporta o acontecimento a fundo.
Fiquei sabendo dos detalhes graças ao MGTV. Mesmo querendo manter toda uma transparência
com a divulgação da imprensa, o próprio site possui algumas falhas ao ocultar
algumas reportagens. Agora que não tem mais remédio e que tudo acabou negativamente
nessa Bienal, pensem um pouco no ocorrido e reflitam. A grande falha que
destruiu os dois últimos dias da Bienal foi de quem?
Outro fato que chateia um pouco é o fato de ver o pouco caso dos
próprios Belo Horizontinos que em grande parte não deram a mínima para o evento.
Tiro essa conclusão graças ao tópico que criei em um grupo do qual pertenço no
Site Skoob. Muitas das respostas pareciam desanimadas e negativas ao meu entusiasmo
com a Bienal do livro. Para finalizar quero deixar claro que apesar de não ter
ido todos os dias na Bienal, gostei muito do dia que fui. Apesar do fiasco
desse fim de semana, ainda acredito no evento e no poder da Literatura que é
desvalorizado em nosso estado e país. Espero que os organizadores não desanimem
e façam acontecer novas edições nos próximos anos.
Sei que é praticamente impossível
um evento qualquer sair completamente perfeito, mas eu sinceramente esperava um
pouco mais de consideração com as pessoas que realmente se importam com a
Literatura (ao contrário aquelas pessoas que dizem gostar de ler, mas que
dão valor apenas às obras estrangeiras.).
Bom, desabafo feito, vamos seguir em frente.
Imagem deixada no Site oficial da Bienal do Livro. |
Oi, Dav. Rapaz, a caricatura ficou show!
ResponderExcluirNunca fui numa Bienal, acredita? #Vergonha
Conhecer o Bandeira é meu sonho também, imagino sua indignação e só de pensar que eu poderia estar aí entre os desolados já sinto raiva, juro que se estivesse presente não seria tão civilizada não rs.
Na próxima Bienal vc estará lá com seu livro e fazendo o maior sucesso, tenho certeza.
Beijos
Nanda
Olá Davidson,
ResponderExcluirVenho do Skoob. Gostei muito do post. Sempre que tem a bienal aqui no Rio eu e levou as minhas filhas, é um ótimo programa. A bienal em Minas parece ter sido bem legal também.
Estou seguindo seu blog.
bjs
Convido-o para conhecer o meu:
http://marcia-pimentel.blogspot.com.br/2012/06/noticia-sobre-divulgacao-do-meu-novo.html