segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Os Trapalhões



Se muitos jovens nascidos da década de noventa até os tempos mais atuais só conhecem a decadente Turma do Didi, eu (e tantos outros pertencentes à geração oitenta) tive o privilégio de ter conhecido o quarteto humorístico dos Trapalhões. Hoje em dia as piadas e o programa comandado por Renato Aragão já não tem o mesmo efeito de antigamente, mas não podemos condena-lo. A justificativa para essa visível decadência não é devido ao fardo da idade elevada, não é devido à falta de talento e não é devido à ao monopólio da Globo. Tudo é graças a nossa sociedade que se preocupa tanto em manter as aparências que dos últimos anos para cá resolveu desenvolver um falso moralismo que serve apenas para prejudicar os mais talentosos.
Como disse Dedé Santana em uma entrevista, hoje em dia é muito mais difícil fazer humor no nosso país. Muitas coisas acabam movimentando processos judiciários simplesmente com o intuito de arrancar dinheiro das pessoas. Tudo deve ser pensado antes de ser dito e para quem se expõe na mídia o cuidado deve ser redobrado. Mas esta postagem não é para questionar o falso moralismo da sociedade e sim tentar fazer um pouco de justiça a um grupo que por anos seguidos conseguiu colorir o humor nacional com uma maestria inquestionável.
A ideia dessa postagem surgiu depois que fiquei estarrecido pelo fato de uma amiga de dezesseis anos confessar que não conhecia o Mussum. Tudo bem que ela não tem nenhuma obrigação de conhecer o trabalho dele, mas é que pensando no rumo que nosso humor está tomando foi que fiquei um tanto chateado pela total desvalorização que os Trapalhões sofreram. Pensem no seguinte se não fosse pelos Trapalhões, hoje em dia talvez não teria nem mesmo esse tal de Stand Up Comedy forçado e limitado.
Escrevi um texto que coloquei no meu perfil do Facebook como uma pequena homenagem particular ao nosso querido Mussum, mas ao ver aquele quadro do Fantástico, “O que vi da vida”, no qual Renato Aragão deu seu depoimento, decidi fazer uma singela homenagem ao grupo todo, então vamos lá.
Por ter nascido e crescido na década de oitenta, tive o prazer de ter desfrutado de várias coisas decorrentes da época. Mesmo em tempos difíceis era possível sorrir com satisfação. Se hoje a programação televisiva das noites de Domingo é fatídica, na década de oitenta e até primórdios de noventa as noites eram recheadas com as trapalhadas de um quarteto muito querido. Tradicionalmente o programa semanal deles ia ao ar às sete horas da noite.
Didi, Dedé, Mussum e Zacarias se completavam diante as câmeras. Uma das lembranças mais antigas que tenho deles é a abertura do programa com a clássica e nostálgica musica com a cena de cada um se atrapalhando em algo. Eu achava o maior barato a cena do Mussum pescando sentado em uma canoa e puxando a tampa do lago.
Enquanto hoje em dia o cinema nacional é defasado e desvalorizado tendo muitos bons projetos engavetados por completa falta de interesse das produtoras, antigamente com todas as dificuldades vividas o grupo lançava praticamente dois filmes por ano nos cinemas. Quando alguém lhe pergunta qual foi o primeiro filme que você viu no cinema, qual será a sua resposta? A minha será dada com gosto.
A primeira vez que coloquei os pés dentro de uma sala de cinema foi para assistir a um filme dos Trapalhões, mas não me pergunte qual filme era porque disso não me lembro, era realmente muito novo mesmo. O mesmo não posso responder sobre qual filme deles é o meu favorito. São tantos filmes que já vi que não dá para dizer. Talvez o meu favorito seja “O casamento dos Trapalhões” por ter sido um dos que eu mais assisti, ou também “O mágico de Oróz”, ou talvez “A filha dos Trapalhões”, ou então “Os Saltimbancos Trapalhões”. Ah, deixa pra lá, não sei mesmo, afinal nem mesmo vi todos os filmes deles mesmo.
Haviam também produtos relacionados a marca “Os Trapalhões” como copos, ioiôs, camisas, revistas em quadrinhos e por aí vai, além é claro dos discos musicais. Os únicos produtos que tive deles mesmo foram copos e uma revista em quadrinhos. Eles eram queridos por todos, tanto que a morte de um dos membros causou comoção e chocou toda população. Me lembro de que nos primeiros meses do ano de noventa a Globo estava realizando nas tardes de Domingo uma seção especial “Os Trapalhões” ao passar um filme por semana no horário em que hoje são passados os filmes da “Temperatura Máxima” (Naquela época ainda nem era Temperatura Máxima para se ter uma ideia). Na manhã de um determinado Domingo meu tio chegou da rua nos dizendo que Zacarias havia morrido. Logicamente que eu e meu irmão não acreditamos porque nós o víamos bem todos os fins de semana tanto nos filmes quanto nos programas.
Horas depois antes de o filme se iniciar, o símbolo da Globo tomou toda a tela (Ainda não era aquele plantão maldito com música aterrorizante que sempre vem com o anúncio de alguma morte. Acho que era o Plantão JN, ou algo do tipo. Já não me lembro mais.) e uma voz grossa e aveludada anunciou a confirmação da notícia que recebemos naquela manhã. Foi realmente muito difícil assistir aquele filme depois daquela notícia e mais triste ainda perceber que era verdade.
A princípio achamos que o grupo ficaria desfalcado e que os programas perderiam sua qualidade. Zacarias era o mais querido das crianças pelo fato delas se identificarem com o personagem e pelo fato de ele ser uma eterna criança completamente ingênua. De qualquer forma, aquela risadinha, aquela peruca, aqueles dentes e aquele jeito de moleque se eternizaram na memória de todos. Tanto que hoje em dia é fácil encontrar quem o imite, mas é difícil encontrar quem possua o mesmo talento.
Assim como todos os Brasileiros, o grupo decidiu seguir em frente mesmo que fosse difícil. Os quadros não seriam os mesmos sem o Zaca, mas o show não podia parar. Por mais alguns anos os três conseguiram seguir com seu humor de qualidade. Os filmes também seguiram apenas com o trio e recheados de participações especiais. Até que após quatro anos do falecimento do Zacarias, foi a vez do Mussum nos deixar.
Dessa época lembro com mais clareza. Mussum permaneceu dias internado devido alguns problemas cardiovasculares, chegou a passar por um transplante, mas não resistiu. Me lembro de que nessa época minha família havia ganho uma cachorrinha de raça e para amamenta-la tínhamos de dar mamadeira, já que era órfã. Eu e meu irmão revezávamos as amamentações da nossa cãozinha. Me lembro de que justamente na minha vez passou no Jornal Nacional notícias sobre o quadro clínico do Mussum. Fiquei um pouco bravo porque não pude ver direito.
Dias depois desse fato já de manhã após acordar, meu irmão me contou que o Mussum também havia falecido. O grupo então acabou sendo dissolvido aos poucos. Os programas não seriam os mesmos desde aquele momento. Didi e Dedé tentaram seguir, mas o fim do grupo acabou sendo inevitável. Para mim já não tinha a mesma graça. Os meus favoritos já não estavam em condições de atuar. Didi e Dedé que me desculpem, mas eu sempre preferi o Mussum e o Zacarias. (eles não são meus favoritos por terem morrido, mas por serem realmente os mais engraçados.).
A Globo começou então a realizar reprises dos programas antigos nas manhãs da programação. Era até legal vê-los e melhor ainda era rever seus filmes, mas no final da década de noventa tudo acabou definitivamente. Os programas e os filmes deixaram de ser exibidos e pelo que me lembro tanto a emissora, quanto a produção do programa e dos filmes, deixaram de pagar as famílias do Mussum e do Zacarias pelos direitos de imagem e rolou até um processo judicial em cima disso, mas não sei se isso é verdade.
No início dos anos dois mil Renato Aragão voltou a ter um programa próprio intitulado de “A Turma do Didi”, com o formato semelhante aos Trapalhões, mas notavelmente não emplacaria tanto quanto o grupo antigo. Eu mesmo mal consegui assistir ao primeiro episódio. Hoje em dia só acho legal passear pelo programa para rever os quadros antigos dos Trapalhões.
Quando saem matérias sobre Renato Aragão (como o boato de que a Turma do Didi não faz mais parte da grade de programação da Globo), muitas pessoas fazem comentários depreciativos ao artista sem se importar com o impacto que isso causa. Não me interpretem mal, não estou sendo o advogado de defesa do Didi, apenas acho que como ser humano ele merece ser respeitado e que todos nós deveríamos nos lembrar de tudo o que ele já fez. Se a renda do “Criança Esperança” é desviada para o bolso dos poderosos, se Renato Aragão deixou de pagar pelos direitos de imagem dos companheiros para ganhar um pouco a mais, tudo isso ainda é boato.
O importante é o quanto Renato Aragão suou e batalhou para tornar sua arte válida. Por isso antes de fazer comentários infelizes, pesquisem um pouco a história da pessoa como um todo e vejam que mesmo com limitações humanas, todos nós somos capazes de realizar tanto feitos bons quanto malignos. Temos o direito de errar, mas também temos a obrigação de acertar. Pensem nisso.
Quanto as minhas recordações, continuam mágicas. Ainda lembro com carinho desse mágico grupo que já mostrou um humor brasileiro de alto calibre. Ao contrário dos atuais humorísticos vazios como “Zorra Total”, “A Praça é Nossa”, “Furo MTV”, “Pânico na Band” e tantos outros que tentam forçar risadas, os Trapalhões conseguiam realizar esse feito de forma altamente espontânea.
Abaixo deixo o link de um site especializado nos Trapalhões e alguns vídeos. Bom divertimento a todos.


As imagens aqui encontradas foram extraídas da Intenet.

 Os vídeos abaixo são de várias coisas diferentes abrangendo desde a minha abertura favorita do programa, as matérias sobre a morte do Zacarias e Mussum, até especiais sobre o grupo. Vale ressaltar que nos especiais deixei apenas o primeiro vídeo. Os interessados que procurem as demais partes no You Tube.



 





sábado, 5 de janeiro de 2013

A hora da verdade

Como eu não consegui encontrar muitas imagens da capa da edição atual,  extrai essa imagem do seguinte endereço:
http://letrabydani.blogspot.com.br/2011/08/hora-da-verdade-pedro-bandeira.html
 
Esse livro nos traz uma sensação diferente. A protagonista da história é Iara, a moça narra de uma maneira que nos impõe seu ponto de vista. Na verdade ela é a grande vilã que apronta de tudo para reconquistar seu grande amor, Desmond e pretende destruir sua até então grande amiga Adele. Iara possui uma obcessão tão grande que faz de seu ciúme algo doentio.
Apesar da história ter sido baseada em duas outras obras (Dom Casmurro de Machado de Assis e Otelo de William Shakespeare), o livro trás algo completamente novo com o toque mágico de Pedro Bandeira. O nome do colégio onde os personagens estudam, por exemplo, se chama Carlos de Queirós Telles. Nome de um escritor já falecido muito amigo do Pedro. Notavelmente houve uma homenagem aí. Pedro também finalizou uma obra póstuma deixada por Queirós, “Amor, impossível possível amor” cuja qual se pode encontrar uma resenha feita por mim clicando aqui.
 Adele é uma garota completamente talentosa em vários aspectos, mas sofre preconceito por ser negra. O grande ciúme da amiga Iara, que é justamente a ex de Desmond, é o que mais a faz sofrer. Iara apronta das suas e faz vários amigos caírem em sua teia muitíssimo bem arquitetada para separar o jovem e apaixonado casal.
Cega de paixão, Iara mal consegue aceitar que Emílio a ama verdadeiramente e está disposto a ajuda-la. Não como cúmplice de atos maquiavélicos, mas como um grande amigo que quer seu bem. Aliás, todos desejam apenas o bem de Iara, por isso a garota consegue manipular a todos. No decorrer da leitura, sentimos raiva da protagonista. Temos consciência de que tudo o que ela apronta é errado e sentimo-nos injuriados ao vê-la se dando tão bem. Apenas lá no finzinho do livro é que a verdade começa a vir à tona e Iara começa a sofrer as consequências de seus atos.
Como leitor sentimos vontade de vê-la pagando caro pelo que fez, se dando muito mal. Mas é aí que mais uma vez nos surpreendemos e aceitamos os acontecimentos. Iara errou por todo livro, mas entende o que fez ao se sentir encurralada por todos os envolvidos em suas tramoias. Mesmo que desejemos que a garota receba um castigo cruel, acabamos sendo levados pela compaixão e amizade verdadeira que une todo um grupo. É o tipo de final que nos faz querer agir como a protagonista agiu em todo decorrer da história, simplesmente pelo impulso. Mas acabamos percebendo que ás vezes ao invés de condenar, precisamos ajudar nosso próximo.
Para finalizar, mais um livro do meu autor favorito que recomendo. Acredito que da coleção “Voo Livre”, esse é o melhor livro. Apesar de somente ter lido apenas três dos oito livros lançados.
P.S: A parte estética e as ilustrações da edição mais recente são incríveis.

 

Tulipa Ruiz





Vocês devem estar se perguntando, “Se o Davidson Silva gosta de rock, por que ele está fazendo uma postagem sobre a Tulipa Ruiz que faz um som mais voltado para MPB?” A resposta chega a ser simples. Tulipa Ruiz colaborou de forma totalmente indireta com duas obras minhas. Mas para que vocês possam entender melhor, terei que contar uma história.
Eu não conhecia Tulipa Ruiz até Setembro de 2012. Eu estava terminando de escrever o meu original “Quebrando Limites”, um romance. Por algum motivo eu acredito que para se escrever um romance é preciso estar inspirado. No meu caso se a inspiração não surge espontaneamente eu a faço brotar.
Eu tinha a ideia do que queria escrever na cabeça, mas não sabia como jogar no papel de uma maneira que soasse suave. Estava tenso devido alguns acontecimentos pessoais. Na MTV estavam passando com frequência os clipes dos artistas concorrentes ao VMB. Confesso que não torcia por ninguém em especial e só deixava a TV ligada no canal por completa falta do que fazer. Graças a isso acabava assistindo ao clipe da música “É” da Tulipa. Achava a música bem agradável perto de tantos outros concorrentes.
Até que durante o decorrer de um dia desses, essa música começou a martelar em minha cabeça insistentemente. Decidi então conhecer um pouco mais do trabalho da Tulipa pela Internet. O resultado foi que de alguma forma acabei me apaixonando pela voz da garota. Algum de vocês que está aí do outro lado do monitor já se apaixonou pela voz de alguma cantora(or)?
A voz da Tulipa soa aos meus ouvidos ao mesmo tempo delicada e profunda. Sei que gosto de um som bem agressivo e pesado, mas a voz da Tulipa foi capaz de literalmente me encantar. Não apenas isso, ela também conseguiu me trazer o sentimento que eu queria para finalizar o meu original.
Também confesso que me afeiçoei inicialmente a Tulipa graças aos desenhos que ela faz. Além de cantora, ela é ilustradora. Só que acabei mudando um pouco de opinião sobre isso. Ela só desenha no Paint do computador, não faz desenhos á mão. Eu por minha vez acredito que para que um desenho soe natural e puro, é preciso fazê-lo a mão, caso contrário isso mata o talento do artista. Mas isso não mudou muito a minha opinião geral sobre a Tulipa.
Enquanto pesquisava as músicas dela acabei vendo uma entrevista na qual a moça dizia que gostaria que sua música inspirasse as pessoas de alguma forma a fazer algo, seja um desenho, seja uma música, ou qualquer outra coisa. No meu caso, a música da Tulipa encheu meu espírito com uma sensação necessária para escrever o que pretendia. Foi também graças a uma entrevista da Tulipa que acabei descobrindo um aplicativo chamado Garage Band. Para quem não tem uma banda esse aplicativo dá uma ajuda grandiosa. Graças ao Garage Band eu acabei conhecendo também o Amplitube, mais um aplicativo voltado a músicos. Esses dois aplicativos estão me ajudando e muito com um outro projeto.
Uma das coisas que admiro e muito na Tulipa é a liberdade criativa que ela dá a si mesma. Uma prova de que ela se entrega totalmente a sua arte. Enfim, essa postagem eu dedico a Tulipa Ruiz. A grande cantora com voz sedutora que está crescendo no cenário musical dia após dia e que mesmo sem me conhecer acabou me ajudando indiretamente duplamente. Não sei se algum dia conseguirei agradecê-la pessoalmente por esses feitos, então deixo registrado aqui o meu “Muito obrigado, Tulipa.”.
Ah, minhas músicas favoritas dela são: “Pontual”, “Do amor”, “Aqui”, “Só sei dançar com você” (apesar de ter odiado o fato dessa música ter entrado para a trilha daquela novela medíocre “Cheias de Charme”.), “É” e “Bom”, mas a minha favorita mesmo é “Quando eu achar”.
Para ver o clipe da música "É", basta clicar aqui
O link do site oficial da moça está logo abaixo. O interessante do site é que os dois discos dela estão disponíveis não só para ouvir, mas também para fazer o download se gostar.