Como eu não consegui encontrar muitas imagens da capa da edição atual, extrai essa imagem do seguinte endereço:
http://letrabydani.blogspot.com.br/2011/08/hora-da-verdade-pedro-bandeira.html
Esse
livro nos traz uma sensação diferente. A protagonista da história é Iara, a
moça narra de uma maneira que nos impõe seu ponto de vista. Na verdade ela é a
grande vilã que apronta de tudo para reconquistar seu grande amor, Desmond e
pretende destruir sua até então grande amiga Adele. Iara possui uma obcessão
tão grande que faz de seu ciúme algo doentio.
Apesar
da história ter sido baseada em duas outras obras (Dom Casmurro de Machado de
Assis e Otelo de William Shakespeare), o livro trás algo completamente novo com o
toque mágico de Pedro Bandeira. O nome do colégio onde os personagens estudam,
por exemplo, se chama Carlos de Queirós Telles. Nome de um escritor já falecido
muito amigo do Pedro. Notavelmente houve uma homenagem aí. Pedro também
finalizou uma obra póstuma deixada por Queirós, “Amor, impossível possível
amor” cuja qual se pode encontrar uma resenha feita por mim clicando aqui.
Adele é uma garota completamente talentosa em
vários aspectos, mas sofre preconceito por ser negra. O grande ciúme da amiga
Iara, que é justamente a ex de Desmond, é o que mais a faz sofrer. Iara apronta
das suas e faz vários amigos caírem em sua teia muitíssimo bem arquitetada para
separar o jovem e apaixonado casal.
Cega
de paixão, Iara mal consegue aceitar que Emílio a ama verdadeiramente e está
disposto a ajuda-la. Não como cúmplice de atos maquiavélicos, mas como um
grande amigo que quer seu bem. Aliás, todos desejam apenas o bem de Iara, por
isso a garota consegue manipular a todos. No decorrer da leitura, sentimos
raiva da protagonista. Temos consciência de que tudo o que ela apronta é errado
e sentimo-nos injuriados ao vê-la se dando tão bem. Apenas lá no finzinho do
livro é que a verdade começa a vir à tona e Iara começa a sofrer as
consequências de seus atos.
Como
leitor sentimos vontade de vê-la pagando caro pelo que fez, se dando muito mal.
Mas é aí que mais uma vez nos surpreendemos e aceitamos os acontecimentos. Iara
errou por todo livro, mas entende o que fez ao se sentir encurralada por todos
os envolvidos em suas tramoias. Mesmo que desejemos que a garota receba um
castigo cruel, acabamos sendo levados pela compaixão e amizade verdadeira que
une todo um grupo. É o tipo de final que nos faz querer agir como a
protagonista agiu em todo decorrer da história, simplesmente pelo impulso. Mas
acabamos percebendo que ás vezes ao invés de condenar, precisamos ajudar nosso
próximo.
Para
finalizar, mais um livro do meu autor favorito que recomendo. Acredito que da
coleção “Voo Livre”, esse é o melhor livro. Apesar de somente ter lido apenas
três dos oito livros lançados.
P.S:
A parte estética e as ilustrações da edição mais recente são incríveis.
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sábado, 5 de janeiro de 2013
A hora da verdade
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AMEEEEEEEEEEEEEEEEEI
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