O
Incubus é uma banda de rock alternativo que se formou nos primeiros anos da
década de noventa, mas que começou a despontar na mídia em 1995 com seu álbum
S.C.I.E.N.C.E. O nome foi retirado da mitologia medieval, sendo baseado no
demônio masculino que seduz mulheres para sugar toda sua energia vital através
de um ato sexual. Os integrantes sabendo disso pensaram: “Legal, tem algo haver
com sexo. Então ficará esse nome mesmo.”. Uma curiosidade a ser citada sobre
alguns integrantes da banda é que durante a adolescência eles aprenderam a fazer
tatuagens usando os próprios corpos para testes.
Para
mim no ano de 2004 o mundo musical estava um tanto instável, promessas
salvadoras do rock não conseguiam me convencer. Eu via bandas como Good
Charlotte e Hoobastank bastantes estouradas aqui no Brasil e pensava comigo
mesmo o quanto tudo aquilo era passageiro. Apostava que em pouco tempo aquelas
e tantas outras bandas já não teriam o mesmo prestígio e acabariam sumindo da
mídia. Ao mesmo tempo em que também via bandas como a da Avril Lavigne e o
Marrom 5 e me perguntava quando surgiria uma banda boa que valesse a pena de
verdade novamente?
O alvo da grande maioria dos grupos musicais
visivelmente eram os jovens aborrecentes que ainda estavam se descobrindo e
bancavam os “rebeldes” sem nem mesmo entender o sentido de muitas coisas. Entre
essa severa briga por espaço na mídia estavam bandas já consagradas e que ainda
não eram muito conhecidas por aqui.
Foi
nessas condições que acabei conhecendo o Incubus. Eu via o clipe da música
“Megalomaniac” e até gostava da música, mas não me rendia à crença de que
vários aborrecentes vazios também poderiam gostar daquela banda. Tudo bem, eu
subjulguei os jovens da época, mas me recusava a gostar das coisas atuais
daquela época porque para mim fazia mais sentido gostar de um som mais
tradicional e menos experimental. Eu não queria ceder a lavagem cerebral de
muitos artistas.
Mas
com o tempo acabei escutando por acaso outras músicas do Incubus, além de ver
clipes e partes de shows. Então acabei descobrindo também por acaso que o irmão
de um vizinho possuía um dos álbuns da banda. Claramente o pedi emprestado para
conhecer melhor o som, já que ali tinha algo que me agradava. O álbum em
questão era o “Morning View”, lançado em 2001 e que consequentemente eu acabei
escutando bastante. Só resolvi aceitar gostar mesmo do Incubus depois de
escutar mais dois álbuns da banda, o Make
Yourself e o S.C.I.E.C.E.
Por
não saber a fundo muitas coisas sobre a banda, farei nessa postagem uma curta
analogia pessoal sobre cada álbum. Com exceção do If Not Now, When?, álbum lançado mais recentemente, porque ainda
não o escutei. Então vamos lá.
O
primeiro álbum gravado pelo Incubus e que muitas poucas pessoas conhecem é o Fungus Amongus. Lançado em 1995 esse
álbum trás uma sonoridade extremamente diferente do som mais atual da banda. É
algo bem experimental e alternativo, com uma notável influência da banda
Californiana “Faith no More” que mistura o som instrumental pesado bem estilo
heavy metal a melodias vocais faladas no melhor estilo hip-hop. Desse
álbum eu recomendo as faixas: “Shaft!”, “Take me to your leader”, “Speak free”
e “The answer”.
O
segundo álbum da banda foi o S.C.I.E.C.E,
lançado em 1997. A sonoridade segue a linha de seu antecessor com um pouco mais
de peso. Para quem só conhece as músicas mais atuais do Incubus pode haver um
estranhamento com relação a esses dois primeiros álbuns. Foi o que ocorreu
comigo no princípio, mas depois de um tempo o ouvinte se acostuma. As
faixas que recomendo são: “A certain shade of Green”, “Idiot Box”, “New skin”, “Vitamin”
e “Favorite things”.
O
terceiro álbum do Incubus é o Make Yourself.
Aqui a direção musical da banda começa a se modificar e se definir. Com melodias
vocais mais cantadas do que faladas e um instrumental um pouco mais limpo, o
som parecia querer tomar uma direção mais pop. Mas isso não quer dizer que esse
seja um álbum ruim, não. Tenho a impressão de que a banda começou a se
encontrar mesmo a partir desse trabalho. As influencias ficam um pouco menos evidentes
e o grupo começou a mostrar uma maneira única de fazer música. Para
esse eu recomendo as faixas: “Nowhere fast”, “When it comes”, “Stellar”, “Make
yourself”, “Drive”, “Out from under” e “Pardon me”.
O
quarto álbum de estúdio do Incubus é o Morning
View lançado em 2001, como já citei. Para a gravação desse trabalho a banda
se isolou em uma casa localizada em Malibu na Califórnia, próximo a uma rua
chamada Drive Morning View, nome esse que claramente influenciou o nome do
álbum. O som dessa vez parecia estar um pouco mais maduro e firme, além de ser
muitíssimo bem estruturado e possuir arranjos incríveis. Esse é meu segundo
álbum favorito do Incubus. O escutei incessantemente por um longo período,
graças a isso fica difícil listar apenas algumas músicas, mas ainda assim vou
tentar fazer as recomendações: “Circles”, “Wish you were here”, “Just a phase”,
“Blood on the ground”, “Have you ever” e “Under my umbrella”.
O
quinto álbum do Incubus é o A crow left
of the murder... Com uma temática mais séria e política, esse álbum trás um
som mais pesado do que seus antecessores em questão de harmonia e arranjos (o
peso dos dois primeiros álbuns se concentra principalmente em feitos de
distorção e notas graves, enquanto os demais se focalizam muito nas
vocalizações do Brandon Boyd). Como de costume, esse é totalmente diferente dos
outros. Sou um pouco suspeito de falar sobre ele porque esse é meu álbum
favorito da banda. Quando o comprei eu fazia o mesmo que faço com o “Wasting
Light” do Foo Fighters, (do qual já escrevi a respeito aqui) depois de
escuta-lo uma vez, retorno para a primeira faixa a fim de escutar tudo de novo.
E assim como ocorre com o Morning View,
fica difícil recomendar apenas algumas faixas, então recomendo que esse seja
escutado por completo.
O
sexto álbum do Incubus é o Light
Granades. Lançado em 2006, esse álbum não trás tantas diferenças sonoras em
comparação a seus antecessores. Me arrisco a dizer que ele é como se fosse uma
mistura entre Make Yourself e Morning View se for fazer uma
comparação técnica entre os trabalhos anteriores do Incubus. Um som pouca coisa
mais limpo com músicas sérias que em alguns momentos chegam a soar muito
melancólicas. Minha única queixa sobre Light Granades é que ele não é tão
empolgante quanto A Crow left of the
murder... ou Morning View,
escuta-lo de vez em quando e apenas uma vez já está de bom tamanho. As faixas
que recomendo são: “Anna Molly”, “Light Granades”, “Oil and water”, “Rogues”, “Pendulous
thereads” e “Look alive” (essa última saiu apenas na versão japonesa do álbum).
Para
finalizar essa postagem tenho a dizer o seguinte, o Incubus é uma boa banda com
um som único que cresceu e se solidificou musicalmente no decorrer dos anos. Se
no início as influencias dos músicos eram visíveis, hoje em dia já não dá para
fazer comparações. O estilo poderia ser facilmente definido como New Metal, mas
é justamente por ter um jeito próprio de tocar e compor que faz do Incubus uma
banda única.
Confesso
que não é uma das minhas bandas favoritas pelas quais eu morro de paixão, mas está
presente no meu set list porque escutei bastante suas músicas por uma breve
fase de minha vida. Hoje em dia já não escuto tanto, mesmo porque escuto uma
infinidade de outras bandas. Mas ainda assim posso dizer que gosto de Incubus. Abaixo
deixarei um link para um site brasileiro voltado especialmente para o Incubus e
alguns vídeos de clipes e uma apresentação bem bacana. Enjoy.
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