No
fim do mês de Março a banda Estado Unidense My Chemical Romance anunciou o fim
e suas atividades. Aproveitando esse momento resolvi fazer uma postagem sobre a
mesma.
A
banda se formou em 2001 em Nova Jérsei e lançou ao longo de seus doze anos
quatro álbuns de estúdio. São eles: “I Brought You My Bullets, You Brought Me
Your Love” de 2002, “Tree Cheers For Sweet Revenge” de 2004, “The Black Parade”
de 2006 e “Danger Days: The True Lives of The Fabulous Killjoys”, de 2010. Como dá para perceber, a banda se amarra em nomes
longos não apenas para intitular os álbuns, mas também algumas músicas. Antes
de terminar oficialmente, o My Chemical Romance ainda lançou um projeto de nome
“Conventional Weapons”, uma espécie de EP com dez músicas inéditas até então,
sendo lançado aos poucos com a divisão de duas músicas por mês.
As
histórias por trás de cada álbum são bastante peculiares. Cada um possui uma
temática diferente. O primeiro deles, “I Brought You My Bullets, You Brought Me
Your Love” relata a história dos Demolition Lovers, um casal que foi morto em
um tiroteio, “Demolition Lovers” também é o nome da última canção que na
verdade é um prelúdio para o próximo álbum da banda. Acontecimentos como o
atentado as torres gêmeas em Setembro de 2001 serviram de combustível para
Gerard Way compor as letras desse álbum.
Em
“Tree Cheers For Sweet Revenge” a história dos Demolition Lovers é seguida de
uma forma que se parece mais com o enredo de uma revista em quadrinhos, (Também
pudera, Gerard Way é um desenhista de quadrinhos). Para reencontrar sua amada,
o homem tem de voltar para a Terra e matar mil homens maus.
Em
“The Black Parade”, as músicas foram compostas de uma maneira mais linear e
subsequente. Se nos dois primeiros álbuns o ouvinte não consegue perceber uma
ligação entre as músicas, nesse álbum a conecção parece ser bem mais direta. A
história também foi modificada, já que a história dos Demolition Lovers se
encerrou no álbum anterior. Dessa vez é mostrada a história do Paciente, um
personagem que está em estagio terminal de câncer. De todos os álbuns do My
Chemical Romance, esse é o que mais se aproxima de uma Ópera Rock.
Após
um intervalo de quatro anos, foi lançado “Danger Days: The True Lives of The
Fabulous Killjoys”. Diferente dos álbuns anteriores, esse álbum não aborda
nenhuma história soturna referente à morte. Dessa vez a história é bastante
futurista e mais uma vez lembra o enredo de uma história em quadrinhos. Cada
integrante da banda assumiu a identidade de um personagem fictício. O grupo denominado
Killjoys luta contra uma organização maligna. Até mesmo os clipes pareciam ter
uma historinha fazendo a ligação entre os enredos, mas com o fim da banda
possivelmente essa história não terá sequência e ficará incompleta.
Agora
que fiz um breve balanço entre os álbuns da banda escreverei sobre a minha
impressão sobre o trabalho todo da mesma. Para ser sincero, gosto de algumas
músicas do My Chemical Romance. Acho a voz do Gerard Way muito boa e a banda
também manda muito bem, só que prefiro os dois primeiros álbuns. Acho que “The
Black Parade” é um tanto melancólico e um bocado mais pop. Já o último, “Danger
Days: The True Lives of The Fabulous Killjoys” confesso que ainda não o escutei
por inteiro, mas a impressão que tenho é de que as músicas estão mais dançantes
com uma pegada muito eletrônica. De todos, o meu favorito mesmo é o segundo, “Tree
Cheers For Sweet Revenge” pelo simples fato de ser mais pesado.
Conheci
o My Chemical Romance em meados de 2005 quando vi o clipe da música “Helena”.
Achei a música muito boa e o visual da banda no clipe também me agradou
bastante. Aquele tom sombrio e ao mesmo tempo sério fazia parecer que a banda
era mesmo muito boa. Na mesma época escutei essa mesma música no fim do filme “A
casa de Cera”.
Foi
difícil de encontrar o álbum “Tree Cheers For Sweet Revenge”, mas quando o
comprei o escutei incessantemente por muito tempo. A estrutura do álbum em si é
espetacular. A ambiência das músicas, a gravação forte e limpa do estúdio
demonstravam um potencial grande. Descobri então que aquele era o segundo álbum
do My Chemical Romance. Comecei a procurar o “I Brought You My Bullets, You
Brought Me Your Love”, mas parecia algo inacessível até que foi instalada a
internet aqui em casa. Foi quando pude conhecer o restante do trabalho da banda
que até então era desconhecido. Para um primeiro disco, “I Brought You My
Bullets, You Brought Me Your Love” é para mim um álbum regular. As músicas são
boas, mas demonstra o quanto a banda parecia ser realmente iniciante com todo
aquele frescor promissor que as bandas novas tem e mostrando um espírito
adolescente indignado com a situação com a qual vive. Ainda assim gosto dele e
o recomendo.
As
curiosidades que posso citar sobre a banda a maioria de vocês já deve saber.
Gerard Way é desenhista profissional e escreveu uma série em quadrinhos chamada
The “Umbrela Academy”. Além de ter criado em 2001 o desenho animado “The
Breakfast Monkey”, desenho esse que foi recusado pelo Cartoon Network. Dentre suas
influencias estão a banda de Chicago, “Smashing Pumpkings” (que por sinal são
altamente visíveis) e o “Queen”, além de características provenientes da
cultura japonesa. Prova disso está na parceria do rapaz com o músico Kyosuke
Himuro. Sem contar também a parceria dele com outros artistas como o DJ
DeadMau5 e bandas como “The Used” e “Every Time I Die”. Também posso citar que
a discussão sobre a banda ser Emo ou não aborreceu os integrantes por muito
tempo. Mikey Way, o baixista da banda é irmão de Gerard Way e Frank Iero tem
uma outra banda chamada Leathermouth.
Uma
pequena curiosidade pessoal que pude notar e não poderia deixar de compartilhar
com vocês é a respeito da capa do álbum “Tree Cheers For Sweet Revenge”. Essa
capa se assemelha muitíssimo com a capa do livro “Descanse em paz meu amor” do
Pedro Bandeira. Vejam as capas abaixo e tirem suas conclusões. Para quem já leu
esse livro sabe que as coincidências não param na capa. O enredo do livro
também trás um tema bastante sobrenatural mostrando um conjunto de pequenas
histórias que beiram o terror e o sobrenatural.
Enfim
não tenho muito o que falar de mais. Na verdade a notícia do fim da banda não
me chocou muito porque sei que os integrantes provavelmente irão formar outras
bandas. Para encerrar essa postagem deixo a recomendação do Álbum “Tree Cheers
For Sweet Revenge” inteiro, além de deixar alguns vídeos abaixo.
Vejam como as duas capas passam a mesma impressão. Na parte de baixo está a edição mais atual do livro. Na minha opinião, o rapaz da capa de baixo se parece muito com o Dante do Devil May Cry. |
Eu quis colocar esse clipe mesmo não sendo algo oficial porque achei bastante interessante e bem feito. Eu o vi pela primeira vez no Ya Dog, um programa extinto da MTV e que eu gostava muito.
Me lembro de ficar horas de frente a TV aguardando para escutar a tão comentada nova música do My Chemical Romance e quando eles tocaram ao vivo no VMA confesso que esperava um pouco mais.
Quis colocar esse vídeo pelo mesmo motivo do vídeo de "Our Lady of Sorrows". Apesar de ser uma montagem feita por fã, o clipe é lindo e passa uma mensagem bem legal.
Do Danger Days, esse é o clipe mais legal que eu acho. Tem uma música dançante e pra cima.
Os dois clipes com uma historinha ligada e que eu ainda não vi continuação.
Uma das parcerias do Gerard Way.
Não sei quando o Gerard Way fez essa parceria, mas a impressão que tenho é a de que foi a partir dela que surgiu a inspiração do rapaz para compor as músicas do Danger Days. O que acho legal desse clipe é o clima bastante semelhante aquele anime do Clamp, "Angelic Layer".
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