O
Diesel foi uma banda de rock mineira que se influenciou visivelmente no
movimento grunge. Um fato ousado que comprova isso foi a frase dita pelo
vocalista Gustavo Drummond em um dos primeiros shows: “Nós somos a banda cover
do Alice in Chains”. A banda se formou em Belo Horizonte – MG em 1997 e aos
poucos foi conquistando espaço no cenário musical não apenas de Minas, mas
também de outras cidades do Brasil. Após vencer a Escalada do Rock os quatro
músicos, Gustavo Drummond, Leonardo Marques, Thiago Correa e Jean Dolabella,
conquistaram o direito de tocar no Rock’n Rio 3 em 2001 na mesma noite em que o
Silverchair, o Deftones e o Red Hot Chili Peppers. Show esse que na minha
opinião foi muito bom, mas poderia ter tido uma duração um pouco maior já que
foi interrompido antes de terminar devido a um problema.
A
atitude da banda e a presença em cima do palco mostrou que o Diesel havia
chegado com tudo e parecia que iria ficar. Foi nesse mesmo ano também que a
banda gravou o clipe com a música “4D” e concorreu no VMB na categoria de
melhor demo clipe. Eu pessoalmente torci muito por ela porque achei a música
muito boa. Lembro de ficar com o refrão dela incrustado na mente por dias. Mas
infelizmente o Diesel não foi o vencedor dessa categoria.
Com
uma boa repercussão e uma crescente visibilidade na mídia, os quatro rapazes
decidiram então arriscar alçar voos mais longínquos e tentar uma carreira
internacional assim como o Sepultura fez. Se mudaram então para Los Angeles na
Califórnia. E em 2005 lançaram o álbum “Liberty Square”. O nome é uma
referencia a saudosa Praça da Liberdade, local muito conhecido por nós mineiros
de Belzonte.
Após
cinco anos tentando se impor em uma concorrida indústria fonográfica e muito
distantes de casa os quatro rapazes voltaram para BH e além da mudança no nome
Diesel para Udora, trouxeram também na bagagem uma experiência musical muito
grande. Pena que a frustração dos anos lá fora foram tirando a garra dos
integrantes que se renderam em compor músicas em Português (exigência essa
feita por gravadoras nacionais em 2001 e recusada pela banda).
Por
volta de 2007 o baterista Jean Dolabella deixou o Udora para integrar o
Sepultura, substituindo Igor Cavalera. O baixista Thiago Correa também deixou a
banda nesse mesmo ano. Foi lançado então Goodbye Alô. O trabalho mais recente
dos caras é o álbum Belle Époque de 2011.
Bem,
o que posso dizer mesmo é o seguinte. Gosto mais do início do Udora quando
ainda era Diesel. Como citei um pouco acima a postura e a atitude dos caras
eram admiráveis. As músicas também pareciam ser mais fortes com aquele espírito
jovial de renovação e contestação. Até mesmo o fato dos caras se recusarem a
baixar a cabeça para as gravadoras e insistirem a cantar em inglês demonstrava
uma atitude e ousadia que muitos músicos não possuem.
O
grande problema na minha opinião foi o fato deles terem almejado algo muito
arriscado e terem dado um passo maior do que a perna conseguiu dar. Terem saído
do país só acabou frustrando e desiludindo os integrantes. Poderiam te
permanecido no Brasil e se mantido de maneira independente. Talvez assim teriam
mantido a qualidade e sonoridade do primeiro álbum. Ao passar a compor
completamente em Português o Udora acabou caindo na mesma onda que bandas como
o Leela, o Luxuria e tantas outras bandas surgidas na última década caíram.
Músicas bonitinhas que podem até ser lembradas por um tempo, mas que depois de
alguns anos são esquecidas. Minha bronca não é por causa da escolha deles em
cantar em Português, mesmo porque acredito que uma banda nacional deve honrar
sua nacionalidade, mas pelo fato das músicas terem perdido aquela essencia de
antes. Em outras palavras, o Udora se tornou uma bandinha pop, deixando o rock
um pouco de lado. Acredito que o Diesel foi uma das (se não foi a única) banda
grunge nacional e é por isso que recomendo o primeiro álbum da banda. Pena que
toda aquela postura do início acabou morrendo na praia. Abaixo deixo alguns vídeos bem legais.
Aqui em baixo deixo os links para os dois vídeos com a apresentação da banda no Rock'n Rio 3 ocorrido no ano de 2001.
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