Depois de ansiosamente contar os dias para a chegada
de mais um fim de semana para aproveitar a Bienal mais uma vez antes de seu
encerramento, finalmente chegou o dia vinte e dois. No Sábado deixei para ir um
pouco mais tarde. Dessa vez estava lá simplesmente pelo business, trabalho no
sentido literal da palavra. Claro que antes dei uma volta para adquirir mais
alguns livros e mangás. O objetivo daquele dia era assistir a uma palestra para
autores independentes e interessados pelo trabalho desenvolvido pelo site da
Amazon. O bate papo foi moderado pelo autor Eldes Saullo e contou com a
participação das também autoras independentes Lilian Reis, Eva Zooks, e Bianca
Souza. Janaina Rico também deveria ter participado, mas teve de cancelar sua
presença na véspera. A troca de experiência foi até interessante. Cada uma das
autoras relatou sua experiência profissional no ramo da escrita.
Eldes também revelou um pouco de como passou a se
dedicar a escrita de livros de não ficção que possam ajudar a outros autores a
publicar seus trabalhos com o auxílio do Amazon.com. Tive algumas dúvidas
esclarecidas a respeito dessa plataforma e estou seriamente pensando no rumo
que darei a alguns projetos através dessa ferramenta, mas isso é para ser
estudado cautelosamente em um futuro próximo.
O que achei mais interessante nesse dia foi um fato
totalmente inusitado. Encontrei nessa mesma palestra uma amiga do Skoob. Para
que vocês possam entender, a maioria esmagadora de amigos que possuo no
Facebook e no Skoob são pessoas ligadas a literatura que não conheço
pessoalmente. Essa moça estava sentada ao meu lado e em um determinado momento
disse seu nome. Se chama Poliana Costa. Nesse momento tive um estalo que me fez
ligar o nome a pessoa. Ela tem o mesmo nome da minha protagonista de “Coração
Paterno” e por isso, há muito tempo, a enviei um convite de amizade no Skoob.
Só não esperava encontra-la naquele dia. Graças a isso percebi mais uma das
vantagens proporcionadas pela Bienal do Livro. Aquele não é simplesmente um
lugar apenas para apresentações e comercializações de livros. É também um espaço
para encontrar pessoas em comum e trocar experiências.
Ainda falando do Sábado. Outras atrações de destaque
que eu não assisti foram a participação da apresentadora do programa de
culinária Pratos e Panelas no estande da Globo Minas, Fernanda Keulla. Eu
apenas passei por perto, mas não dei muita atenção por não me simpatizar pelo
programa da moça. Também houve a participação do humorista do Casseta e
Planeta, Reinaldo para um bate papo na Bienal em Quadrinhos. Mas nesse caso só
não assisti porque não queria sair muito tarde do Expominas.
Para mim aquela poderia ter sido a ultima participação
na Bienal de 2014. Teria ficado amplamente satisfeito. Mas ainda faltava a
cereja do bolo. O grande objetivo que me deu mais gás para ir por mais de uma
vez ao evento. O bate papo com meu autor favorito, Pedro Bandeira. No Domingo,
dia vinte e três, cheguei ás dez horas em ponto e tratei logo de ir para frente
do Auditório João Ubaldo Ribeiro aonde ocorreria o evento. Não me importava de
ficar ali plantado por duas horas. Estava muito bem acompanhado com meu aparelho
de mp4 tocando as músicas do At The Drive In e do Bad Brains. Além da minha
camisa com uma mensagem da Clarice Lispector. Como Pedro Bandeira não foi
divulgado pelos meios de comunicação como uma presença de destaque não pensei
que haveria tantas pessoas no local. A fila foi aumentando aos poucos e mesmo depois
da distribuição de senhas continuava a chegar gente.
Depois de adentrar no auditório fiz questão de me
sentar logo na primeira fileira para fazer alguns vídeos. Antes da entrada do
Pedro houve uma surpresa deixada estrategicamente embaixo de uma das cadeiras.
Era um ‘presentinho’ fornecido pela Café Três Corações. A garota que encontrou
o vale-brinde adquiriu uma cafeteira.
O bate papo foi mediado por Elias Santos. Quem mora
aqui em BH o conhece. Ele é apresentador do programa Caleidoscópio na TV
Horizonte. Atualmente o moço está de licença e retornará apenas em 2015 a TV.
Sem lisonjeios, mas gosto da maneira despojada com a qual o Elias conduz esse
tipo de atividade. O acho um ótimo comunicador.
O ambiente em si estava bastante descontraído. O autor
foi recebido por salvas de palmas. Como havia muitas pessoas ainda querendo
adentrar e não tinha mais cadeiras disponíveis, Pedro chamou a todos que se
encontravam do lado de fora e os incentivou a sentarem-se no chão. Essa é uma
prova do bom coração que ele tem. Se fosse um global babaca qualquer teria
mandado fechar a porta e nem daria a mínima para quem perdesse ao bate papo.
Cada pessoa ali tinha alguma história para
compartilhar a respeito de como as obras do Pedro as tocou. Teve uma moça que
mostrou uma carta respondida pelo autor quando a jovem tinha apenas quinze anos.
Teve uma mãe que se orgulha em mostrar como sua filha está adquirindo gosto
pela leitura através dos livros do Pedro, assim como ela mesma o fez ainda na
adolescência. Também teve uma jovem com deficiência auditiva parcial que contou
como os livros do Pedro a levaram a conhecer outros autores até chegar a Coleção Vagalume. Enquanto a
conversa corria, uma mulher ia carimbando o famoso K nos livros dos visitantes.
Dessa vez não esqueci de pedir pelo meu. Para uma possível sessão de autógrafos
levei um exemplar de “A Droga da Obediência”, “Agora Estou Sozinha” e o recém comprado
por mim, “Minha Primeira Paixão”.
Foi tão agradável todo aquele momento que nem mesmo vi
a hora passar. Só tenho elogios sobre o jeitão do Pedro de lhe dar com seus
leitores. Ele é a simpatia em pessoa e até se lembrou de mim. Não pelo meu
nome, afinal são muitos leitores que passam por ele em todos os eventos em que
marca presença, mas pela minha fisionomia e pelo ato que fiz no lançamento de
“A Droga da Amizade” aqui em BH. Para economizar tempo e agilizar a
movimentação no local, cada pessoa poderia apenas levar um único livro para ser
autografado. Nesse caso escolhi “Agora Estou Sozinha” porque no início desse
ano evitei que uma colega de trabalho o jogasse no lixo. A garota que estava
sentada ao meu lado me pediu para fazer uma foto dela com o Pedro. Não vi
problema em realizar esse favor. Também já havia tido esse mesmo momento há
alguns meses no lançamento de “A Droga a Amizade”. Para a minha surpresa, ela
quis retribuir o favor levando outro livro meu para ser autografado. A
emprestei “A Droga da Obediência”. Como estava sozinho nesse dia não tirei
nenhuma foto ao lado do Pedro, mas além dos vídeos tenho agora mais dois livros
autografados por.
Na hora de sair
do auditório a vontade que tinha era a de permanecer por lá. Queria ficar
conversando mais e mais com meu autor favorito. Trocar ideias, jogar conversa
fora, usufruir da presença dele o máximo de tempo possível. Para mim o Pedro é
muito mais do que um ídolo ou um mestre literário. Ele é um amigo querido. Não
sei quando Pedro Bandeira voltará a BH, mas farei o possível para ir ao
encontro dele mais uma vez. Depois do encontro com o Pedro dei mais uma volta
pela Bienal mesmo sem ter mais nada para comprar. O lugar já estava bem mais
vazio em vista dos primeiros dias. A vantagem de comprar livros no ultimo dia é
o desconto que é dado na maioria das vendas. A desvantagem é que dificilmente
se encontra algo desejado, já que a maioria dos exemplares estão em falta por
terem sido vendidos nos dias anteriores.
Sei que muitas pessoas trabalharam para fazer a Bienal
dar certo (pelo menos sob o meu ponto de vista), mas acredito que até mesmo
essas pessoas tenham se divertido em meio a tanta trabalheira. Enquanto
caminhava pela passarela do Metrô para voltar para casa, senti uma repentina
tristeza. Como gostaria que BH tivesse mais eventos como a Bienal.
E esse foi de fato o encerramento da minha
participação na Bienal do Livro em 2014. Dessa vez me senti recompensado depois
dos problemas ocorridos em 2012. Valeu e muito a pena ter ido mais de uma vez.
Queria ter ido outras vezes para participar de mais bate papo na Conexão Jovem,
ter assistido ao Café Literário, ter conhecido o trabalho de tantos outros
autores, mas não entendam mal, não estou me lamentando. Mesmo não tendo visto tantas
outras atrações de destaque, aproveitei e muito a tudo aquilo. Pena que vá
demorar para ter outra edição. Se ainda estiver por aqui, com certeza marcarei
presença. Abaixo algumas fotos dos bens adquiridos nessa nova visita. Não fiz outras
fotos de dentro do Expominas para não tornar essa postagem tão repetitiva.Isso aqui era para ser um vídeo, mas como ficou muito grande. Acabou ficando em gif mesmo. |
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Mimos e lembranças do Sábado. |
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Menores Livros do Mundo. Dessa vez não resisti. |
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O K dos dias de hoje no livro de uma das edições antiguésimas que tenho de "A Droga da Obediência". |
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Autógrafo em "Agora Estou Sozinha". Esse livro foi 'descartado' duas vezes, mas eu o adotei e valorizei. Ficará comigo sempre. |
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Autógrafo brinde. |
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O K em "Minha Primeira Paixão". O livro não tem nada a ver com a série dos Karas, mas achei importante guardar essa lembrança de todas as formas possíveis. |
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Visita a Cômix dá nisso. |
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Essa é para dar vontade. Camisa com frase da Clarice adquirida na Tertúlia. |